sexta-feira, 4 de agosto de 2023

O Atraso Existe

Em 1983 a Marvel Comics lançou o primeiro número do The Official Marvel Try-Out Book. Idealizado pelo genial Jim Shooter, o livro em formato gigante emulava o tamanho de páginas em que os artistas trabalhavam os originais de arte da editora.

A publicação funcionou como um concurso para encontrar novos talentos. O conteúdo ensina técnicas e estabelece como a editora gostaria de receber o material produzido por escritores, desenhistas, arte-finalistas, letristas e coloristas.

Ocorreu que os vencedores do concurso só foram anunciados em 1986. Foram três anos de espera para que os vencedores recebessem um certificado comemorativo. "O resultado de seus trabalhos será publicado na próxima primavera em uma edição especial de tamanho gigante de O Espetacular Homem-Aranha." - uma promessa jamais cumprida.

Não se tratou de uma edição submetida ao financiamento coletivo, e sim de material produzido e organizado por um gigante do mercado de quadrinhos da época.

O atraso existe. É um fato do mercado editorial. O universo tende à entropia, imagine então um trabalho editorial que envolve muitos profissionais que trabalham com o risco do atraso de um afetar toda a cadeia de produção.

No Brasil, o trabalho editorial muitas vezes se restringe ao esforço mínimo de traduzir e diagramar material que já vem pronto e acabado de outras praças. Ou, na produção quase mecânica com uma fórmula pré-moldada que atende aos prazos editoriais.

Raramente um editor brasileiro realmente se envolve com o que está publicando para além do superficial. Os poucos corajosos que assumem este risco acabam apedrejados pelos próprios leitores, muitas vezes, imaturos para o que realmente consiste um financiamento para uma nova empreitada.

O MECENATO

Na idade média foi popularizada a figura do mecenas. Desde os tempos do Império Romano já existiam pessoas dedicadas ao apoio financeiro para a produção cultural em áreas como a literatura, a produção teatral, a escultura, a pintura e até as ciências.

Geralmente o mecenas era alguém muito rico. Hoje, com a popularização das ferramentas digitais de financiamento coletivo, qualquer um pode exercer o desempenho deste papel. No entanto, infelizmente, muitos financiadores de projetos ainda raciocinam como se participassem de uma simples pré-venda.

Nem sempre é uma pré-venda. Existe diferença. O editor que lida apenas com tradução e diagramação do material que recebeu pronto e acabado está sim realizando uma pré-venda. No entanto, o editor que assumiu a difícil tarefa de fazer surgir uma obra inédita, e precisa atuar na sua gênesis, organizando e gerindo a complexidade que envolve as diversas etapas de produção que irão resultar na materialização de algo novo, estão a fazer mais do que uma simples pré-venda.

A distinção faz toda a diferença. É claro que o apoiador de um projeto que busca financiamento coletivo não deve ser alvo de ingerência empresarial. Existem os financiados que entregam seu material com atraso e os financiados que não entregam o material em momento algum. Vale à pena ficar atento, mas é importante não desviar a frustração para o alvo errado.

Se você é um fomentador da produção nacional, se está interessado em ver surgir um cenário de publicações para fora do previsto entre os blogs divulgadores de lançamentos convencionais, então não incorra o erro de agir ao inverso do seu próprio interesse. O fogo amigo é um tiro no próprio pé.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Homenagem ao Carlos (Cadu) Macedo

Carlos Macedo (Rio de Janeiro, 1972-2023), roteirista, ilustrador, animador e dublador.

O carismático produtor de conteúdo audiovisual Carlos (Cadu) Macedo acumulou uma década de experiência com animação usando tecnologia 3D. Sua irreverência ficou marcada como interprete do cãozinho antropomórfico chamado Fanito. Com seu próprio canal no YouTube conquistou a marca de mil inscritos. FanitoVerso apresenta entrevistas, animações e divulgação de quadrinhos independentes nacionais, e deixa um registro sólido da atividade em um seguimento de nicho do mercado.

Em homenagem póstuma, a editora Kimera está produzindo um volume completo das obras do Cadu em quadrinhos com a equipe de super-heróis “Fundação Amálgama”. O material está com previsão para ser lançado entre 2023 e início de 2024.

https://www.youtube.com/@Fanitoverso/videos

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Avenging Shadow – o primeiro super-herói dos EUA

Por Gabriel Rocha – 26/01/23

Não é possível mais sustentar a versão de que o Superman de 1938 seja realmente um marco inicial para o gênero dos super-heróis nos EUA e para o mundo. Muitos personagens revindicam o fato, no entanto existe um personagem que se destaca como característico e não recebe a atenção devida: é o Avenging Shadow.

Admitindo o conceito que o gênero dos super-heróis é um subgênero da ficção científica, e que adota como características intrínsecas a identidade secreta, o alter ego, o superpoder, e o altruísmo heroico, o Avenging Shadow é, sem sombra de dúvidas, o verdadeiro primeiro super-herói dos Estados Unidos.

Para combater a Rainha Feiticeira Azura, o conquistador Flash Gordon ganha o superpoder da invisibilidade. Se auto-intitula “Avenging Shadow” (traduzido como Sombra Vingativa no Brasil), para manter oculta sua identidade como Flash Gordon. A ação gira em torno do herói ir resgatar seu fiel amigo Khan – o capitão dos homens-falcão, cativo pela rainha feiticeira.

Criado por Alex Raymond em 1935, e publicado em 11 de agosto do mesmo ano, o Avenging Shadow possui o poder da invisibilidade. Apenas uma sombra projetada de si mesmo denuncia sua posição. A invisibilidade é temporária e depende de uma máquina elétrica para lhe dar carga aos poderes. O avançado maquinário é criação de seu amigo cientista, Dr. Hans Zarkov, e usa, em parte, tecnologia alienígena.

O Avenging Shadow teve vida curta. Logo seus inimigos descobrem sua identidade secreta e a máquina de luz que lhe confere superpoder é esquecida. No entanto, o fato é recorrente nas séries derivadas dos quadrinhos de Flash Gordon.

No rádio, o episódio Flash The Avenging Shadow, transmitido ainda em 17 de agosto de 1935, destaca o personagem no título. A invisibilidade retorna na série cinematográfica de 1936, vivida por Buster Crabb, no episódio In the Claws of the Tigron. Os poderes como uma sombra viva estão presentes também nos episódios King Flash e Tournament of Death do desenho animado para a TV, de 1979, The Adventures of Flash Gordon.

É impossível negar que o personagem Flash Gordon pertença ao gênero dos super-heróis, pois tanto sua versão original nos quadrinhos do seu criador, Alex Raymond, quanto nas versões derivadas para o rádio, cinema e a TV replicam essa característica de maneira a consolidar o personagem como detentor de verdadeiros superpoderes.

terça-feira, 9 de agosto de 2022

Flagg não é um robô do Garra Cinzenta

A Garra Cinzenta é uma novela que foi publicada em 75 capítulos na Gazetinha e depois finalizado com inéditos 25 capítulos em segunda parte de uma edição especial que compilava a série. Protagonizado por um terrível vilão que empresta o nome para a história, A Garra Cinzenta é famosa devido à sua publicação no México e alguns países da Europa. Este intercambio trouxe ao Brasil quadrinhos de outras praças e também publicados na Gazetinha, como a série Korak - O Homem Demônio. Meses antes da primeira aparição do Flagg, a série do Korak já exibia um robô visualmente muito semelhante ao atrpalhado ajudante do Garra Cinzenta. Na minha fanfic, o Garra furtou um Robot do Korak e é por isso que ele não funciona muito bem!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Depreciador e Perseguidor Digital - Dois vilões indesejados

A internet é uma excelente janela para a divulgação dos trabalhos artísticos. Por ser um espaço virtualmente democrático, é possível encontrar artistas iniciantes expondo seus trabalhos juntamente com profissionais consagrados. Virtualmente democrático, porque não é realmente democrático visto que há certo grau de censura das empresas que controlam buscas ou policiam pensamentos e opiniões em redes sociais. Deixando este aspecto de lado, o artista iniciante, muitas vezes ainda em um processo de desenvolvimento e busca por sua estética particular, se vê constrangido por ataques dirigidos aos seus trabalhos com o nítido intuito depreciativo.

A arrogância dirigida ao iniciante muitas vezes revela um sistema de autodefesa do agressor, que procura ocultar suas próprias inseguranças ao buscar evidência para aquilo que é apontado como erro, ou desvio de alguma natureza. O próprio nivelamento que a internet proporciona torna igualmente alvo àqueles que já não são iniciantes na exposição de seus trabalhos ao dar voz para alguns menos qualificados para a natureza das observações pretendidas.

A submissão cultural optou pela popularização do uso da expressão "hater", o depreciador, para definir aquele que emite opiniões sem fundamento pelo mundo virtual. E sendo assim, não se confunde a natureza deste tipo de opinião com o “feedback”, o retorno de leitores como parte da retroalimentação necessária ao desenvolvimento do artista. Ocorre que opinião sem fundamento não forma juízo crítico. Criticar também não é sinônimo de falar mal. A crítica pode ser construtiva, passível da pessoa ou trabalho criticado melhorar suas dificuldades e progredir. Se o “hater” não faz crítica construtiva, não merece ser considerado.

Em outra escala, opera o igualmente inoportuno “cyberstalker”, o perseguidor que atua em ambiente digital. Atualmente, existe a Lei 14.132/21 que tipifica o crime de perseguição. A conduta de perseguir alguém, ao ponto de abalar sua integridade física ou psicológica, é prática criminosa. A perseguição se caracteriza pela sucessão de atos e comportamentos dirigidos à perturbação das liberdades e privacidades do outro. Já a questão do “hater” demanda de uma reeducação pessoal para que não incorra em uma tipificação criminosa.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Dia do Super-Herói Brasileiro 2021 - Votação Popular

Vídeo de agradecimento pela votação popular durante a segunda edição da premiação Dia do Super-Herói Brasileiro. Lagarto Negro levou a homenagem de 2021 na categoria "Super-herói Brasileiro do Ano" .

O evento ocorreu dia 24 de outubro, em edição virtual devido a pandemia do novo coronavírus. O objetivo da premiação é ampliar a divulgação e o consumo do gênero no Brasil.

O vencedor do Júri Técnico, na mesma categoria, foi a Velta, do Emir Ribeiro, parabéns também!

Página oficial do evento:
http://www.meuheroi.com.br/diadosuperheroibrasileiro/index.php/about/segunda-edicao

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

O Homem-Aranha brasileiro de 1939

A Gazetinha foi um suplemento do jornal A Gazeta que circulou em São Paulo entre setembro de 1929 até março de 1940, antes de se tornar A Gazeta Juvenil. Os editores do suplemento apostavam em séries brasileiras como conteúdo exclusivo. Era um diferencial. Algumas das séries originais eram simples adaptações de romances como Os Três Mosqueteiros ou O Conde de Montes Cristo. Outras eram novelas com vilões terríveis, como O Homem-Elétrico, ou A Garra Cinzenta. Ocorre que algumas das séries estavam moldadas em conformidade com recém surgidos super-heróis norte-americanos.

Ainda que se tente evitar a discussão em torno do surgimento extemporâneo dos super-heróis brasileiros da revista O Tico-Tico, não há dúvida de que alguns dos personagens da Gazetinha estavam definitivamente dentro dos parâmetros definidos para o gênero. Em destaque, aqui, o Homem-Aranha da Gazetinha! Ele é Ogon II, o Rei deposto da raça dos homens-aranha, descritos como ágeis, que vivem em um local fantástico nos confins do Estado do Mato-Grosso.

Estão ali as luvas, cueca por cima das calças, e um símbolo estampado no peito. Ogon II não é um vilão, é o protagonista da aventura. Conduz a ação. Em certo momento, abre mão do seu direito para ajudar a salvar o repórter Edy e o Capitão X - um coadjuvante com identidade secreta. Ao grupo, se únem ainda um feiticeiro e uma poderosa mulher selvagem. Infelizmente a série não sobreveio ao fim da Gazetinha e restou incompleta após inaugurar uma aventura extraordiária com direito a dinossauros, foguetes, fugas, traições e batalhas.

Agradecimentos ao autor Rod Gonzalez pela informação!

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Codex A Garra Cinzenta – Verdades e Especulações

"Uma série de crimes mysteriosos vem ocorrendo na cidade. O inspetor Higgins é incumbido da pesquisa e, a principio, sente-se desnorteado ante a tactica do bandido intangivel. Depois, firma-se e inicia uma offenciva. O criminoso, que se apresenta sob um disfarce terrificante e dispõe de recursos quasi sobrenaturais, apaga sempre todas as pistas, difficultando a investigação. A policia suspeita de várias pessoas, mas estas possuem alibis irrefutaveis. Afinal... a noticia chocante explode como uma caldeira: o "Garra Cinzenta" é..." - o texto introdutário presente na publicidade que chama o leitor para comprar a edição compilada já deixa claro que o vilão é "O Garra Cinzenta" e que "A Garra Cinzenta" é o título da obra, se referindo às luvas que dão nome ao personagem. Encerrada a tolice de quem insiste no inverso, seguimos adiante.

A Garra Cinzenta é uma novela gráfica de terror produzida em linguagem moderna de quadrinhos e publicada em capítulos no periódico A Gazetinha entre os anos de 1937 e 1940. Em maio de 1977, a editora RGE reacendeu o interesse dos leitores pelo personagem título ao publicar 52 páginas da HQ na revista Almanaque Gibi Nostalgia n.º 06. Depois, o personagem retorna apenas em 1988, desta vez em um fanzine com tiragem baixa (ainda que alta para fanzines) de 500 exemplares. Seleções do Quadrix n.° 03 reúne então, pela primeira vez em uma só edição, as 100 páginas que totalizam a história. Estranhamente, não saiu nada em 1999, mas em 2011 a editora Conrad relançou as páginas do fanzine em uma edição luxuosa e de capa dura. O trabalho é atribuído ao senhor Francisco Armond, que algumas pessoas acreditam se tratar de um pseudônimo, responsável pelo roteiro, e ao falecido ilustrador Renato Silva.

A discussão em torno de uma suposta identidade secreta para o senhor Francisco Armond é exaustiva e inconclusiva. O quadrinista e pesquisador Rod Gonzalez chama a atenção para o fato da jornalista Helena Ferraz ter quadrinhos que contavam com a sua autoria posteriormente assinados por Francisco Armond. O filho da jornalista nega o fato de Helena ser a escritora de A Garra Cinzenta, então ótimo. Fica a obra em domínio público! No entanto, o trabalho da dupla não corresponde com exatidão à versão publicada em 1977 e reproduzida nas edições seguintes. Existem diversas incongruências entre a arte e também o texto que precisam ser levadas à luz dos esclarecimentos. Na imagem abaixo, percebemos tranquilamente as discrepâncias que permeiam as duas versões conhecidas da HQ. A fotocópia do original, de 1937, e a derivada, de 1977, são tão distintas entre si que lembra um “jogo dos sete erros”. A mais gritante incongruência é o "S" invertido na palavra "scena", conforme visto no último balão. Onde está o cigarro do detetive? Se a HQ foi letrada novamente, porque manter a grafia antiga já em desuso em 1977? As diferenças são tão diversas que correm em todos os quadros que pude analisar.

Fica evidente que o editorial do Almanaque do Gibi Nostalgia n.º 06, de 1977, lança uma inverdade ao afirmar que não fez alterações na arte das páginas de A Garra Cinzenta. Especulo que alguém realizou arte-final sobre fotocópias das páginas da Gazetinha, talvez fazendo uso de uma folha de papel vegetal sobre cada fotocópia. Dessa forma, teria sido possível fazer as primeiras 50 páginas, mas quando foram buscar as 50 páginas restantes, se depararam com a inexistência de metade delas. O trabalho, se realizado da maneira que imagino, teria que ter parado na página 75 e mantido inconclusa a HQ. Isto porque a Gazetinha só publicou a série até o número 75, e depois disso saíram duas compilações. O primeiro número saiu em dezembro de 1939, e o segundo em janeiro de 1940. As páginas finais saíram apenas no segundo volume, sem nunca terem sido publicadas na Gazetinha. Provavelmente esta é uma razão para que o Almanaque do Gibi n.º 07 ter sido publicado sem o prometido seguimento de A Garra Cinzenta. Eles podem não ter conseguido as ultimas 25 páginas apenas pesquisando em arquivos microfilmados da Gazetinha. Também põe fim a outro equívoco muito comum, inclusive visto em trabalhos acadêmicos, de que a novela A Garra Cinzenta foi publicada em mídia jornalística brasileira entre os anos 1937 e 1939. O correto é afirmar que foi publicada entre 1937 e 1940.

O próprio Worney Almeida de Souza, responsável pela recuperação das 100 páginas da HQ para o fanzine Quadrix, narra que obteve 75% da HQ. Nas contas, são 75 páginas. As demais 25 páginas teria obtido de um colecionador que possuia a edição número dois de A Garra Cinzenta publicada em janeiro de 1940.

Este caminho, se real, possui consequências? Sim. Por se tratar de versão, as páginas da RGE pertencem ao arte-finalista desconhecido, ou aos seus herdeiros. Essas pessoas, se existirem, seriam os verdadeiros detentores dos direitos da versão que circulou no Quadrix e na Conrad.

Outro caminho seria a ideia de que o próprio Renato Silva trabalhou nas duas versões da HQ. Existem relatos entre colecionadores de que os antigos originais estavam em posse do próprio Renato Silva, em sua residência no Rio de Janeiro. Especula-se, inclusive, a existência de uma centésima primeira página nunca publicada. Parece improvável que, na posse dos originais, o desenhista tenha se empenhado em realizar uma segunda versão, ainda mais sob um editorial que nega o fato na própria publicação de 1977, inclusive informando que, aos seus 73 anos, o carioca já não trabalhava por problemas de saúde.

Quem é o arte-finalista misterioso? Seria o próprio Francisco Armond, regresso do exício depois de receber uma boa dose do licor da vida, aperfeiçoado da fórmula de Nostradamus?

domingo, 14 de fevereiro de 2021

O embuste dos Selenitas

Em 1835, o jornal The Sun de Nova York enganou as pessoas com seis artigos sobre a descoberta de uma civilização alienígena habitando a Lua. Até nome em latin eles receberam, eram os "Vespertilio homo". Criação atribuída a Richard Adams Locke, que inventou todo o conteúdo dos artigos. Na época, "fake news" era chama do de "hoax" (farça).

Mais antigo que o Human Bat britânico, de 1899. Talvez tenha preparado o cenário do imaginário que traduz o sucesso comercial do personagem Batman, da DC.

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